]Após 21 anos de ditadura militar, Tancredo Neves é o primeiro presidente eleito democraticamente (pelos representantes do povo no Congresso) e está feliz e ansioso com o chegar do dia da sua posse. No entanto ele apresentava uma doença que ao longo de sua campanha se agravara, e dias antes da posse marcada ele piora e precisa ser operado às pressas.
O filme conta esse cotidiano, desde um pouco antes da internação de Tancredo para as cirurgias que faria, até sua morte sem conseguir realizar seu sonho de tomar posse. É um filme bem dirigido e concatenado quanto aos fatos históricos em que se atenta. É baseado no livro homônimo de Luiz Mir e se aprofunda mais nos dramas dos personagens principais que vivenciaram aquele momento – Tancredo Neves e sua esposa Risoleta Neves. Acreditava ser mais um filme para enaltecer o neto do Sr. Tancredo Neves em época de eleições, mas graciosamente errei no palpite. Aécio Neves aparece apenas em alguns planos de fundo em algumas cenas tendo pouca relevância para a história.
Misturando cenas dos acontecimentos reais da época, com imagens reais e com a ficção baseada nos prontuários médicos analisados por Luiz Mor em seu livro, o filme tenta mostrar o que a população não soube naquela época – como o amado presidente eleito fora para o hospital, as decisões médicas tomadas e como de um estado quase curado em poucos dias faleceu. Se você curte filmes históricos com certeza vale a pena conferir. Vale conferir a brilhantes atuação de Othon Bastos no papel de Tancredo Neves, a atuação de Esther Goes como Dona Risoleta Neves, que com toda a sua força apoiou o marido em todos os momentos, e a atuação de Emílio Dantas como o assessor de imprensa Antonio Britto.
O filme ainda conta com as atuações impecáveis e que abrilhantaram a trama de Paulo Betti, Otávio Muller e Leonardo Medeiros. Vale conferir, principalmente, para nessa época relembrar os ideias em que nossa nação foi se reconstruindo aos poucos e como Tancredo teve seu importante legal para a democracia brasileira.
Critica por Michelle A. Roque