[Crítica] Contra o Mundo

Bill Skarsgård sem dizer uma única palavra, quebra todo mundo na porrada em novo filme de ação distópico!

por Milly Rodrigues

 

Sabe aqueles filmes que chegam de repente, sem prometer muita coisa, sendo até mesmo uma certa incógnita para o público mas que no final entrega tudo e até mais um pouco? Pois é, definitivamente “Contra o Mundo” é um desses filmes. 

Antes de assistir o filme, não é possível ter uma ideia exata do que se trata, pois mesmo com a sinopse e o trailer, o roteiro ainda parece uma grande salada de insanidade. Não que isso realmente mude ao longo do filme, mas te garanto que já nos primeiros minutos o espectador consegue entender  o propósito e curtir a viagem.

“Contra o Mundo” chega com uma proposta distópica em que um Garoto, – e inclusive esse é o nome do personagem-, vê a sua família ser assassinada por Hilda Van Der Koy (Famke Janssen), a matriarca de um regime totalitário que promove todos os anos um evento chamado “O Abate” que tem a finalidade de “limpar” as ruas da cidade escolhendo pessoas, entre elas homens, mulheres e crianças, sem distinção alguma, para serem cruelmente mortas em um espetáculo televisivo. 

Garoto (protagonizado em sua fase adulta por Bill Skarsgård) que após ser torturado acaba ficando surdo e mudo, consegue fugir e passa a viver na floresta com um misterioso xamã (Yayan Ruhian) que o treina para se tornar uma máquina de matar e finalmente se vingar da dinastia Van Der Koy. 

A partir do momento que Garoto se sente pronto para vingar a sua família, pode ter certeza que você vai acompanhar cenas de muita arte marcial com extrema brutalidade e carnificina! Principalmente quando Garoto encontra A Resistência, Basho (Andrew Koji) e Benny (Isaiah Mustafa) e juntos põe em prática um plano nada claro de como por um fim no governo de Hilda Van Der Koy.

Assistir Contra o Mundo é como assistir uma luta de videogame, e essa conexão fica explícita desde o início do filme, quando Garoto, após perder a audição e a fala, adota uma voz empostada do seu videogame de luta favorito para servir como sua voz interior. Inclusive essa foi uma ideia incrível do roteiro que dá uma outra atmosfera à trama.

 

 

Alem da voz, as cenas de luta são puro videogame, os ângulos, os ataques, os movimentos e até mesmo os comandos de voz. 

Trazendo uma realidade distópica, o filme não se preocupa em introduzir o público a o que realmente está acontecendo no mundo, mas sim em imergir as pessoas na trama de Garoto e de sua vingança. Inclusive, quando o regime da dinastia Van Der Koy é apresentado pela primeira vez, a sensação é uma similaridade a Jogos Vorazes, na hora em que os tributos são escolhidos. Não que o roteiro tenha alguma coisa a ver com isso, porque definitivamente não tem. 

As atuações estão incríveis! A começar por Bill Skarsgård, que atua o filme todo sem dizer uma única palavra, e entrega tudo nas suas expressões assim como também nas cenas de ação.  É inclusive muito engraçado ver Bill todo enorme e fortão contracenando com a atriz mirim que interpreta sua irmãzinha, 

Outra atuação sensacional é de Basho, que se mostra um coadjuvante incrível, trazendo cenas engraçadíssimas à trama. 

Definitivamente não é um filme clichê de ação e vingança, além das cenas de lutas épicas de tirar o fôlego, (principalmente a do final do filme!), Contra o Mundo também traz muita brutalidade, ossos quebrados, cortes profundos, cabeças esmagadas e tudo isso com muitas reviravoltas! Se prepare para ficar boquiaberto com os acontecimentos finais! 

Sem contar que o roteiro também entrega muito bom humor em praticamente todas as cenas. 

O longa chega de forma despretensiosa e se torna uma agradável surpresa para aqueles que curtem distopia, ação, comédia, jogos de videogame, brutalidade excessiva e produções com Bill Skarsgård. 

Seria otimista demais esperar por uma sequência? Pois bem, por aqui já estou no aguardo! 

 

Avaliação: ★★★★