Definitivamente 2024 foi o ano dos filmes sequenciais, tivemos Divertida Mente 2, depois de 9 anos do lançamento do primeiro filme, Beetlejuice 2, após 36 anos do primeiro filme e outros nomes tão aguardados quanto como Gladiador 2 e Coringa 2 (este que mais decepcionou do que agradou).
Vindo na mesma pegada, acaba de chegar aos cinemas a sequência Moana 2, após 8 anos do surgimento do filme que encantou milhares de pessoas.
Como eu sempre digo, a sequência de um bom filme vem sempre acompanhada de muito receio, pois um bom enredo pode perder todo o brilho se caso a sequência não for entregue à altura. Em um contexto geral, os fãs de Moana podem respirar aliviados pois o novo filme usa da mesma receita do clássico e entrega aventura, autoconhecimento e muita diversão – com algumas ressalvas!.
Nesse segundo filme, acompanhamos a navegadora Moana um pouco mais velha e cismada em procurar novos povos oceânicos ao redor da sua ilha. Já no início você vai se derreter com a fofura da irmãzinha caçula de Moana, a pequena Simea e também vai rir muito com Hei Hei, seu galo de estimação e também com o porquinho Puá.
Na trama, mais uma vez, Moana precisa deixar a sua terra natal após receber um chamado dos ancestrais em que seria preciso encontrar uma ilha perdida para que as correntes marítimas do oceano sejam restauradas e finalmente os diferentes povos da região possam se conectar.
Falando bem a verdade, essa é uma missão que mais confunde o público do que explica, pois não fica claro o motivo que o grande deus malvado da trama pretendia deixar esses povos isolados no mar, mas enfim, só aceitamos e seguimos!
Moana mesmo relutante em deixar a família para trás e sem nenhuma certeza do retorno para casa, aceita encarar mais um desafio, dessa vez em uma jornada maior e com outros amigos na tripulação.
Um dos pontos altos do filme é o maior tempo de tela da tribo Kakamora e além disso um maior espaço também para exaltar a cultura polinésia, com seus cantos, suas artes, danças e música. A cena final em que Maui canta para Moana é extremamente emocionante!
O filme peca em duas principais situações, na falta de um vilão tão poderoso e presente como no primeiro filme e também na parte musical.
Quem depois de assistir o primeiro filme não saiu cantando o hit do semideus Maui “De nada” ou qualquer uma das outras canções presentes no filme em que bastava ouvir apenas uma vez para que grudasse na cabeça?¹
Pois é, dessa vez a situação musical ficou um pouco complicada, pois Moana 2 não traz grandes hits e muito menos letras fáceis que possam ser decoradas, ao contrário, houve a junção de vários trechos de “rap” que dificultaram a assimilação das mesmas e não causaram o mesmo impacto do que no primeiro filme.
Outra situação questionável do filme é sobre a dublagem, pois às vezes parece que a prioridade é trazer uma gíria “hypada” para agradar o público jovem, mesmo não fazendo nenhum sentido na trama. Convenhamos, ver Maui falando sobre e-mails dá um certo bug mental, não acha?
Recentemente venho percebendo uma grande apelação da dublagem com termos de memes da internet que acabam deturpando a lógica do filme e até mesmo atrapalhando a narração da história. Veremos onde isso vai chegar.
Mas voltando à Moana 2, mesmo com um roteiro simples e similar ao do primeiro filme e com os pontos que deixaram a desejar como citei antes, é uma produção que traz muita magia, aventura e claro, muitas risadas. Sem contar que no ato final, por causa da sua missão cumprida, Moana é presenteada pelos deuses com uma marca que ficará eternizada na personagem trazendo uma revolução nas “princesas” ou quase princesas da Disney.
Ah, e espere pela cena pós crédito pois fica bem claro que Moana 3 está logo ali.
Avaliação: ★★★