Furiosa: Uma Saga Mad Max, se esforça mas não consegue superar “Estrada da Fúria”
por Milly Rodrigs
Desde que foi anunciado, “Furiosa: Uma Saga Mad Max” vem sendo um dos filmes mais aguardados do ano, não é pra menos, pois contará a história da personagem que roubou a cena no aclamado “Mad Max, Estrada Da Fúria” de 2015.
Acontece que após vários meses e uma expectativa altíssima criada, principalmente após ser ovacionado por 7 minutos no festival de Cannes, Furiosa finalmente está entre nós!
Mas será que realmente merece ser ovacionado assim por tantos minutos? (sete minutos é tempo, hein)
“Furiosa: Uma Saga Mad Max” chega oficialmente nesta quinta-feira (23) nos cinemas de todo o Brasil, é o quinto filme de toda a franquia, mas o primeiro a mudar de protagonista.
Tendo George Miller como diretor e um super elenco como Anya Taylor-Joy, Chris Hemsworth, e Tom Burke, o filme enfrenta logo de cara e antes mesmo de ser assistido, a comparação com Estrada da Fúria, filme que levou nada mais nada menos do que 6 estatuetas do Oscar e é considerado um dos melhores filmes da franquia. A questão é, será que Furiosa é capaz de se tornar tão épica quanto seu antecessor?
Eu já te adianto que a resposta é não. Mas se esforça e chega perto.
Se “Estrada da Fúria” é velocidade, gritaria, correria e explosão, do início ao fim, Furiosa já pega um caminho diferente. A trama inicia sem pressa com Furiosa ainda criança sendo raptada do Vale Verde pela gangue de Dementus (Chris Hemsworth), o mais novo vilão, um maníaco obcecado em conquistar territórios mas sem a mínima noção de administração dos mesmos, que usa a tortura como uma forma de hobby e também de impor respeito em seus seguidores e inimigos. Um personagem rude, em terras sem lei que além de toda sua crueldade também, por incrível que pareça, fornece várias cenas de alívio cômico ao público.
Vamos trazer um ponto, se em “Estrada da Fúria” quem rouba a cena é Charlize Theron como Furiosa, dessa vez é Chris Hemsworth como Dementus.
Mesmo estando no ápice da sua maldade, é extremamente difícil ter qualquer sentimento negativo por esse vilão que te envolve com um carisma gigantesco em cenas genuínas de humor. Humor esse que não existia em “Estrada da Fúria”.
Torna-se até difícil para Anya Taylor-Joy se sobressair durante o longa com um vilão tão bem construído e interpretado, ainda mais tendo poucas falas ao longo do filme. Mas ela consegue desempenhar muito bem a missão provando mais uma vez que é uma excelente atriz dessa nova geração.
Um ponto que temos que ressaltar, o que aconteceu com Immortan Joe? Em Estrada da Fúria ele é o caos, já em Furiosa ele parece apenas um coadjuvante fantasiado sem relevância alguma. Sendo “Estrada da Fúria” o sucessor na ordem cronológica de Furiosa, essa conta não fecha.
Furiosa: Uma Saga Mad Max, apesar de não trazer a mesma agilidade que na trama de seu antecessor de 2015 e perder muito tempo em uma história cadenciada da infância de Furiosa que se arrasta demais até encontrar um ponto de partida, é um belo filme, com muita ação pós apocalíptica e com centenas de motos e carros modificados com seus motores queimando gasolina em toda sua potência e de diversos ângulos!
Da forma que nos foi apresentado esse capítulo da história, podemos esperar por um sexto filme da franquia que vai abraçar a tudo isso como enorme sede de ação e plot twists? Ao que tudo indica, sim! E nós esperaremos ansiosos!
Avaliação:
★★★★